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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Dois países, um só Deus. Brasil/Perú

Fiz minha primeira viagem missionária para o Perú em 2010. Não tem como descrever o que é realmente viver o amor de Cristo.  Eu nunca quis repartir muito essas coisas porque eu ainda não conseguia conciliar entre" o que a sua mão direita fizer que a esquerda não mostre" e o que realmente era da minha parte um testemunho, e como não gosto de brincar com Deus preferi aguardar a oportunidade certa da certeza de que o que eu falar será para edificação da igreja.Eu entrei no avião e comecei a chorar porque a última viagem internacional que eu havia feito foi no mundo, para o Egito e desonrei a Deus. Naquele momento em que taxiava o avião, eu não aguentei. Como eu que errei tanto com Deus, que vivi na idolatria de deuses estranhos e de mim mesma, como eu poderia ter sido chamada e estar em um avião missionário? Que amor é esse?O Senhor não permitiu que meu marido e eu pagasse a viagem, nós a ganhamos; aliás assim tem sido para comigo,com ele e com meu filho todas as vezes que somos chamados por Deus para ir. É Ele quem nos chama, é Ele quem nos capacita, é Ele quem nos respalda e é Ele quem nos envia. Quando chegamos na base missionária pela primeira vez, estávamos indo na expectativa de como o Senhor nos usaria, porque Ele me falou em sonho várias vezes que estava me enviando mas que eu não iria dançar, e como só sei fazer isso fiquei pensando muito porque não sabia o que eu faria até que chegou a hora.Então, descemos e conhecemos o local, a escola Príncipe de paz, a igreja que estava praticamente fisicamente do zero e eu não aguentei o calor por 15 minutos, quase desmaiei e falei para o meu marido: Eu não vou aguentar.
Chegou o dia do trabalho onde ficaríamos o dia todo no mesmo local onde quase desmaiei com o calor de 15 minutos. Eu ainda não sabia o que Deus tinha me reservado, então desci do ônibus e na primeira escada do mesmo escutei a vós do Senhor: Desce e vai aprender, porque os pobres aqui são vocês!"
Que dor! O Senhor nos chama, nos capacita, nos respalda, nos envia, e quando a gente desce cheio de expectativas de como vamos ser usados, então Ele diz: Os pobres são vocês.
Desci e eu praticamente não tinha função nenhuma lá aos meus olhos. Os profissionais começaram a se arrumar para trabalhar, o médico e a dentista e os organizadores em uma das estruturas, a parte de brincadeira e dança em outra estrutura e quando eu cheguei perto do meu marido veio a dentista e disse: Vocês dois podem escovar os dentes das crianças para elas serem consultadas? E já entregou todos os kits para isso.
Arrumamos o nosso espaço do lado da estrutura da dentista e começamos nosso trabalho.
Aquelas crianças são ouro puro. Eu realmente aprendi muito no meu cargo de escovadora de dente. Como falávamos mal o espanhol e estávamos deixando a fila encher muito porque anotávamos os nomes no crachá tudo errado e eles nos faziam corrigir até acertar, der repente elas começaram a se organizar como formiguinhas bem rápidas. Vinham trazendo mesinhas para fora e grudaram umas nas outras e fizeram como um palanque. Subiram umas quatro, pegaram as canetas da nossa mão e então tínhamos" una equipo" como elas dizem, uma equipe. Então a fila passava por esse palanque onde pegavam um crachá, passavam para a outra anotar o nome, passava pela outra para ganhar um kit escova/pasta e passava por nós para escovar os dentes e a outra levava até a dentista. Acho que a mais velha deveria ter uns 9 anos. Ficamos a manhã toda, a tarde toda e eu não senti o sol em um lugar onde os tênis estouravam e eram enrolados na fita isolante por conta do calor.
Quando cheguei no Brasil e ví as fotos chorei mais uma vez. Chamei meu marido, mostrei a foto e disse: Meu amor, você tinha percebido que o tempo todo somente nós dois e as crianças estávamos sem um teto nas nossas cabeças para nos proteger o dia todo do sol que eu não aguentei 15 minutos?
Eu não! O Senhor foi e é tudo em nós.
Eu voltei para o hotel naquele dia tão pensativa: Senhor, do que adiantou virmos aqui?
Porque o médico diz que a pessoa está doente mas não há muito remédio, não há muita comida e mal há água. A dentista limpa os dentes mas estão tão cheio de cáries e não podemos usar anestesia porque nos foi tirada no aeroporto e não se pode fazer nada. A menina que ensinou um pouco de dança também não adiantou porque não será dado sequência para continuar o aprendizado. Por que viemos Senhor?
Dormi e sonhei que estava no campo missionário e não estava vendo quase nada acontecer. Veio alguém e me ergueu para que eu visse a obra de cima, e eu ví uma dentista que poderia estar ganhando dinheiro no Brasil, mas se dispor a ir, eu ví um médico que poderia estar em qualquer país passeando mas ele se dispôs a ir, um pastor, organizadores,delegado, bailarina, enfim, eu ví que de cima a obra era perfeita porque cada um de nós fomos quebrantados e hoje somos família lá. Eu tenho uma afilhada no Perú que ora por mim e nós aqui em casa oramos por ela e somos recebidos cada vez que chegamos melhor do que quem viaja muito tempo e volta para a casa.
Nós sabíamos que apadrinharíamos uma criança lá, o Senhor já tinha colocado nos nossos corações. No último dia, minha afilhada pegou na minha mão e na mão do meu marido e nos disse se podíamos ajudá-la porque ela queria ser médica. Imediatamente o sim foi confirmado e fomos até a casa dela. Conversamos muito com os pais e quando saímos nos deu outro estalo: Estávamos o tempo todo escutando na nossa língua e eles na dele.

Ide e Pregai o Evangelho, os campos brancos estão.
Fiquem com Deus.